Astrobiologia e a busca incessante por vida em nossos arredores

Astrobiologia

Texto: Fernando Freire;
Revisão: Gabriel Martins.


A astrobiologia, na visão atual, é entendida como um campo de pesquisa dedicado a estudar a origem, evolução, distribuição e futuro da vida, sendo na Terra ou fora dela. Dessa forma, algumas das principais perguntas que os astrobiólogos tentam responder são: "Como a vida se originou na Terra?". A astrobiologia propõe uma abordagem convergente de diferente disciplinas, baseadas nas técnicas e rigor da ciência moderna para essas questões, as quais são apenas o início para um melhor compreensão do fenômeno da vida no universo e vêm sendo feitas pela humanidade há milênios. 

Para compreender a origem da vida e possibilidade de vida extraterrestre é necessário o uso de um exemplo bem conhecido como comparação. Dessa maneira, a astrobiologia se baseia fortemente na compreensão da vida na Terra. Essa abordagem, a astrobiologia também nos direciona na busca de quais organismos são mais propícios a existirem em outros ambientes e como detectá-los.

O avanço da tecnologia, ao longo da história da humanidade permitiu estudos mais detalhados sobre nosso planeta, aumentando nossos conhecimento sobre os processos naturais, fato que aconteceu em diversas áreas da ciência, incluindo astrobiologia. Diversos fatos históricos culminaram, até mesmo na Grécia antiga, discussões sobre vida fora da Terra, porém, ainda não havia nem um conhecimento profundo até mesmo sobre os planetas de nosso Sistema Solar. Contudo, com a chegada dos telescópios no século XVI, permitiu os primeiros estudos científicos e sistemáticos sobre esses corpos. Mesmo que muito rudimentares se comparados aos de hoje, esses estudos foram essenciais para incentivar novas gerações de cientistas e inventores a avaçarem no tema.




A partir dos conhecimentos adquiridos com esses avanços, a astrobiologia moderna foi um avanço partindo da exobiologia que, por sua vez, não pode ser entendida de forma desconectada da história.





Abordagem e temas tratados pela Astrobiologia


De forma geral, a astrobiologia se propõe a entender a vida por um ponto de vista bastante amplo, considerando as diversas interações com o corpo planetário que o agrupa e com seu ambiente astrofísico. A compreensão da vida no Universo- sua origem, evolução e eventual término, é um tema que requer necessariamente a contribuição de pesquisadores de decifrarmos os sinais sutis e complexos da vida. Se quisermos realmete compreender a vida nesse grande contexto é necessário que criemos estratégias para aumentar a comuicação e colaboração entre áreas.

Missões em procura de Vida

Missões feitas especialmente para procurar por vida incluem o programa Viking  e as sondas Beagle 2, as duas em Marte. Os resultados do programa Viking foram inconclusivos e as sondas Beagle 2 falharam na transmissão de dados para o controle na Terra, assim é provável que elas tenham quebrado em solo marciano. Uma missão futura com um importante papel astrobiológico seria a Jupiter Icy Moons Orbiter, planejadas para estudar as luas congeladas de Júpiter, pois algumas delas podem ter água líquida, mas a missão foi cancelada. Recentemente, em 2008, a espaçonave Phoenix sondou a superfície de Marte a procura de evidências de vida microscópica presente ou passada e de um possível história de presença de água lá.
Um foco particular da astrobiologia moderna é a busca por uma vida em Marte pela sua proximidade espacial e por sua história geológica. Existe um número crescente de evidências que sugere que Marte antigamente possuía uma quantidade considerável de água em sua superfície, sendo que a água é um recursos essencial para a vida baseada no carbono. Entretanto, recentemente, a busca de vida pode ter seu foco desviado para um outro objeto...

Cientistas da NASA confirmam vapor d'água em Europa



O que torna esta lua tão atraente é a possibilidade de possuir todos os ingredientes necessários para a vida. Os cientistas têm evidências de que um desses ingredientes, a água líquida, está presente sob a superfície gelada e às vezes pode entrar em erupção no espaço em enormes gêiseres. Mas ninguém conseguiu confirmar a presença de água nessas plumas medindo diretamente a própria molécula de água. Agora, uma equipe de pesquisa internacional liderada pelo Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland, detectou o vapor de água pela primeira vez acima da superfície de Europa. A equipe mediu o vapor observado a Europa através de um dos maiores telescópios do mundo no Havaí.

Confirmar que o vapor de água está presente em Europa ajuda os cientistas a entender melhor o funcionamento interno da lua. Por exemplo, ajuda a sustentar uma ideia, da qual os cientistas estão confiantes, de que há um oceano de água líquida, possivelmente duas vezes maior que o da Terra, sob a concha de gelo desta lua. Outra fonte de água para as plumas, suspeita alguns cientistas, poderia ser reservatórios rasos de gelo derretido não muito abaixo da superfície de Europa. Também é possível que o forte campo de radiação de Júpiter esteja retirando partículas de água da concha de gelo de Europa, embora a investigação recente tenha argumentado contra esse mecanismo como a fonte da água observada.

Eles usaram um espectrógrafo no Observatório Keck que mede a composição química das atmosferas planetárias através da luz infravermelha que eles emitem ou absorvem. Moléculas como a água emitem frequências específicas de luz infravermelha à medida que interagem com a radiação solar e assim evidenciamos essa interação e confirmando a sua presença.
Fontes:
  • SHEKHTMAN, Lonnie (Ed.). NASA Scientists Confirm Water Vapor on Europa. 2019. Disponível em: <https://www.nasa.gov/feature/goddard/2019/nasa-scientists-confirm-water-vapor-on-europa>. Acesso em: 29 nov. 2019.
  • GALANTE, Douglas; RODRIGUES, Fabio; AVELLAR, Márcio G. B. (Ed.). Astrobiologia: Uma ciência convergente. 2019. Disponível em: <https://sab-astro.org.br/sab/rba/>. Acesso em: 29 nov. 2019.




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